O Caminho dos Justos – Moshe Chaim Luzzatto

O Caminho dos Justos (Messilat Iesharim em hebraico) foi escrito por Moshe Chaim Luzzatto em 1739 d.C., quando o autor tinha 33 anos. Moshe Chaim Luzzatto (o “ch” pronuncia-se como “r” fraco, semelhante a “rr”) nasceu em Pádua, na Itália, foi um grande rabino, filósofo e cabalista. Ele também é conhecido simplesmente como RaMCHaL, acrônimo das iniciais do seu nome. 

Para um livro escrito no fim da Idade Média, a temática de O Caminho dos Justos (como se chegar a Deus) é pouco comum. O autor foi perseguido por outros religiosos judeus na época. Por isso, teve que se refugiar na Holanda. Finalmente, ele decidiu se mudar para a Terra Prometida e fixou residência em Accra (atual Estado de Israel, cidade situada na Bacia de Haifa). Três anos depois, RaMCHaL faleceu, aos 39 anos, junto com toda a sua família devido a uma peste.


Capa da edição de 2002.
Também disponível em formato digital.

O livro está divido em 26 capítulos curtos, ideias para leitura diária e reflexão. O autor começa expondo o dever do homem no mundo, em seguida, ele trata das virtudes, segundo o rabino, a partir das mais fáceis até as mais difíceis para se atingir a Santidade. Essas virtudes são: a Precaução (Zehirut, capítulo 2), a Presteza (Zeirzut, capítulo 6), a Integridade (Nekiut, capítulo 10), a Separação (Perishut, capítulo 13), a Pureza (Tahará, capítulo 16), a Devoção (Chassidut, capítulo 18), a Humildade (Anavá, capítulo 22), o Temor do Pecado (Yir’at Chet, capítulo 24) até a Santidade (Kedushá, capítulo 26).

O autor expõe de forma sistematizada. Ele dedica sempre um capítulo a explicar o que é aquela virtude. Em seguida, ele dedica um capítulo a explicar os aspectos daquela virtude na vida prática. Daí ele dedica outro capítulo para descrever como alcançar essa virtude e um capítulo exclusivo sobre fatores que impedem a aquisição da virtude estudada. 

Por exemplo, chamou minha atenção o fato de que sarcasmo e leviandade são fatores que impedem a realização da virtude Precaução. Mas, afinal, o que é sarcasmo e leviandade?

Segundo a Wikipedia, sarcasmo vem do grego e originalmente significava “fogo na carne”. Hoje sarcasmo designa um escárnio ou zombaria, intimamente ligado à ironia, com intuito mordaz quase cruel, muitas vezes ferindo a sensibilidade da pessoa que o recebe. 

  

Como é fácil ser sarcástico, não? Basta uma frase sem pensar. Segundo o rabino, nós prestaremos conta de todas as nossas palavras e ações. Acreditando nisso ou não, evitar o sarcasmo pode ser uma fórmula do bem viver.

E leviandade? Segundo o Dicionário Informal, essa é a característica de quem é leviano. Está associada à irresponsabilidade, insensatez, imprudência e irreflexão.  

Estava mais acostumada e encontrar esse termo apenas ligados a atos físicos, como o gastar dinheiro sem reflexão ou responsabilidade. Para mim, foi um choque descobrir que se pode ser leviano com palavras. 

Como chegamos a esse livro?

Capa da edição de 2012. 
O Caminho dos Justos era o último livro dos doze da meta de 2016. Então, este ano conseguimos atingir a meta com sucesso (para ver os comentários dos demais livros, clique aqui). 

Eu desejei lê-lo, porque ele é muito citado pelo Nobel (1978) Isaac Bashevis Singer, em seu livro O Penitente (para ler os comentários clique aqui).

No mês de dezembro, os posts são focados em livros embasados em valores morais e religiosos (aberto a todas as religiões). Lembrando que entre 24 de dezembro de 2016 e 1 de janeiro de 2017, os judeus também vão celebrar o Chanucá, a Festa das Luzes (mais informações aqui).

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