Daniela e os Invasores - Dinah Silveira de Queiroz
Dinah Silveira de Queiroz é uma das oito escritoras imortais da Academia
Brasileira de Letras. Ela nasceu em São Paulo em 1911 e faleceu no Rio de
Janeiro em 1982. Ela escreveu romances que se consagraram com o grande público
por meio de minisséries e novelas. Entre eles, destacam-se: Floradas da Serra e A Muralha.
32ª Edição, 1993. |
A Muralha, romance escrito,
em 1954, para homenagear os 400 anos de São Paulo (Estado de origem da autora).
Ele se tornou uma telenovela em 1969 e, no ano 2000, a rede Globo levou a
minissérie (51 capítulos) ao ar, alcançando tremendo sucesso.
Outros romances da autora, embora de mesma qualidade, são pouco
conhecidos hoje em dia. Por exemplo, poucas pessoas sabem que Dinah Silveira de
Queiroz foi uma das primeiras escritoras brasileiras a escrever fantasia. Seu
romance, Margarida La Rocque, é
considerada uma obra-prima do gênero.
Um dos primeiros livros de fantasia da Literatura Brasileira. Capa da edição de 1991. |
Desafio Mulheres na Academia Brasileira de Letras (ABL)
Para o desafio Mulheres na ABL, acabo de reler o livro Daniela e os Invasores. Esse era um dos meus livros favoritos da pré-adolescência. Agora pude relê-lo com olhos mais maduros e apreciar mais o talento da autora.
Capa da edição de 2000. |
Daniela e os Invasores é ambientado em 1710, quando a cidade do Rio de
Janeiro contava com 12 mil habitantes, durante a primeira invasão francesa. Nas
palavras do livro:
“Como veem – cidadezinha de nada
(nem prestaríamos atenção se ela, hoje, desabrochasse numa visão de litoral, em
viagem de barco).”
Embora isso seja pouco conhecido do grande público,
a França invadiu o Brasil diversas vezes. O romance só trata da invasão
comandada por Duclerc. Em seguida, em 1711, ocorreu outra ainda maior, comandada
por Duguay-Trouin (Para saber mais consulte aqui).
Embora A Muralha e Daniela e os Invasores se passem mais ou
menos no mesmo período histórico, os dois livros mostram duas faces do Brasil
completamente diferentes. A Muralha
mostra um Brasil interiorano, caipira, brutal. Enquanto Daniela e os Invasores mostra a capital, a vida sofisticada da
metrópole. Segundo a autora, o fato de ela ter sido obrigada a reescrever o
livro a ajudou a separar melhor os dois romances, com dois estilos distintos.
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Fiquei curiosa: porque Dinah foi obrigada a reescrever o livro? Era época da Ditadura?
ResponderExcluirOi, Helena. O marido dela era diplomata. Numa viagem à URSS (União Soviética), os manuscritos estavam na mala diplomática (que por definição, não deveria ser aberta pelas autoridades). Quando ela abriu a mala, os manuscritos tinham sumido. Não se sabe se tiraram no Brasil ou na URSS.
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