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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Top 3: Melhores Leituras da Vida

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1. A Morte de Ivan Ilitch - Lev Tolstói   Eu li este livro aos 12 e aos 26 anos. Ambas as vezes eu não consegui dormir na noite seguinte a leitura e passei o dia abalada, refletindo sobre o que eu tinha lido.   O texto me balança e me faz refletir sobre como eu estou usando a minha vida? Estou sendo útil? Estou feliz? Se não, por que eu não enfrento meus medo e faço acontecer? Antes que eu morra e descubra que tive uma vida de Ivan Ilitch.  Um crítico literário da década de 70 (Carpeaux) escreveu que esta é a obra " mais depressiva da literatura universal ". Eu não concordo. Acredito que esta história impressiona o leitor, mas não com o objetivo de só deixá-lo depressivo. E sim com o objetivo que ele pare, pense e reveja como tem levado a vida. É um convite para mudança. É uma obra bem curta. Cerca de umas 70 páginas. Tolstói se dedicou à religião e à espiritualidade por muitos anos. Este é um dos últimos textos dele. E, na minha opinião, sua obra prima.

A Personalidade Neurótica de Nosso Tempo - Karen Horney

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  Karen Horney foi a minha maior descoberta de 2015. Sua leitura fez com que eu me entende-se melhor e me liberta-se de alguns preconceitos. A autora é uma psicanalista que questionou várias ideias de Freud. Uma de suas principais contribuições foi sugerir que a cultura também influencia nos distúrbios psíquicos. 1. A quem se destina este livro?  Este livro é um conjunto de impressões obtidas pela autora através de um longo estudo psicanalítico das neuroses. O livro está escrito em linguagem acessível (evitou-se o emprego de termos técnicos).  Ele é destinado a qualquer leitor interessado e também às que têm que lidar com neuróticos ( não só psiquiatras, psicólogos, mas também assistentes sociais, professores, antropólogos, sociólogos, entre outros ).  A autora é cética em dizer que este livro não ajudará o neurótico em si. Apesar de que talvez esse seja o meu caso... (risos) Foi uma leitura muito boa.    Entender um pouco mais de psicanálise me fez uma leitora

TAG: Confissões de uma Bibliófila

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Inspirada no vlog Tiny Little Things da Tatiana Feltrin, vou responder a seguinte TAG. 1. Qual é o gênero de literatura que você se mantém longe?  Com certeza, o "pornô vovó", como definido pela Tatiana, aqueles livrinhos do tipo Sabrina, Bianca, etc.  Nunca li livros espíritas. Não é preconceito religioso, eu gosto da doutrina, sei que essas leituras fazem bem para muitas pessoas. Mas depois que eu conheci teoria psicológica sobre A Crença do Mundo Justo, que demonstra que pessoas que acreditam que o mundo é justo são mais cruéis, eu olho com receio livros que enfatizam a lei do karma ou da ação e reação.   Para quem quer saber mais sobre a Falácia do Mundo Justo, infelizmente eu só achei material em inglês, mas segue o link:  http://en.wikipedia.org/wiki/Just-world_hypothesis 2. Qual é o livro que você tem na estante e tem vergonha de não ter lido?  Harry Potter. Quando eu era adolescente, meus pais eram ultraconservadores e não me deixavam l

A Comunicação Não Violenta

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A Comunicação Não Violenta de Marshall Rosenberg, com certeza foi o livro que mais me ajudou profissionalmente.   Eu sofria muito com as avaliações de performance na minha ex-empresa. Eu li este livro na semana da avaliação e foi revolucionário. Eu consegui expressar todas as minhas frustrações e objetivos através de uma conversa muito tranquila.  Esse método é baseado na empatia, enfatiza a diferença entre observações e juízo de valor, sentimentos e opiniões, necessidades (valores universais) e estratégias, pedidos e exigências/ameaças.  Na introdução do livro, o autor conta a história de Eichmann, um nazista que causou a morte de milhões de pessoas. Durante seu julgamento perguntaram, o que ele sentia ao fazer isso. E ele respondeu: "Nada. A nossa linguagem nos ajudava." Como isso era possível? Usando a Amtsprache ( Amt é escritório em alemão e Sprache é linguagem , portanto é linguagem do escritório ). Hitler talvez nunca tenha matado ninguém pessoalm

O Amante de Marguerite Duras

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 Conheci o livro O Amante de Marguerite Duras, quando eu estava assistindo uma coleção da Folha sobre filmes baseados em livros. Fiquei fascinada com a fotografia do filme, mostrando o Vietnam, a cidade de Saigon e o rio Mekong.   Resolvi ler o livro. É bem pequeno, menos de 100 páginas. Então este é um dos raros casos em que o filme mostra QUASE toda história narrada na obra.   A história é autobiográfica, logo não dá para cobrar que o enredo não é muito rico, não tem muitos personagens. É a verdade crua.   Marguerite Duras (pseudônimo de Marguerite Donnadieu) nasceu na Indochina (atual Vietnam) em 1914 (época que a França dominava a região). Seus pais eram professores, mas Marguerite ficou órfã de pai aos 4 anos. Sua mãe tentou investir em uma fazenda na região, mas faliu, deixando a família (a mãe, Marguerite e dois irmãos) na miséria.   Seu irmão mais velho era viciado em ópio e roubava a mãe. Seu irmão mais novo aparentemente era deficiente mental.  A mãe dava aul

O Andar do Bêbado versus A Lógica do Cisne Branco

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 Terminei a leitura de O Andar do Bêbado . Um livro de divulgação científica sobre como eventos aleatórios norteiam nossas vidas e como não estamos preparados para lidar com eles. Em outubro de 2014 li um livro sobre quase a mesma temática : The Black Swan (em português, a tradução ficou A Lógica do Cisne Negro ). Por isso, resolvi comentá-los no mesmo post.  Ambos são uma boa leitura mesmo para o leitor que não foi um bom aluno de matemática na escola. Pois eles têm uma linguagem simples, os livros são cheios de exemplos da vida real (como esportes, crimes que ficaram famosos, etc) e ricos de comentários hilários. Ambos começam se baseando no trabalho do psicólogo que ganhou o Prêmio Nobel de Economia, Daniel Kahneman. Por seu trabalho (junto com o falecido Amos Tversky) sobre como os seres humanos interpretam a realidade de maneira irracional (que os prejudica) e como isso afeta a economia.  O grande insight de Kahneman foi ao fazer um curso de psicologia com

Maryse Choisy: a escritora que virou psicanalista

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  Maryse Choisy foi uma escritora francesa (1903 -1979) fundadora da escola escola literária do Suridéalisme . O objetivo dessa escola era renovar o gênero romance, trazendo mais densidade de ideias, importadas das filosofias orientais e das ciências, principalmente da psicanálise .   Ela se converteu ao catolicismo em 1939 e mandou recolher muitas de suas obras que foram escritas antes desse período. Seus livros são difíceis de serem encontrados em francês (língua original) e acredito que não haja nenhuma tradução dela para o português.  Maryse era apaixonada pela psicanálise e dedicou sua vida a esta ciência, que ela acreditava ser capaz de contribuir para a felicidade permanente do gênero humano. Ela fundou a revista e sociedade chamada Psyché, que publicou vários textos inéditos de psicanalistas (que mais tarde se tornaram ilustres), como Jacques Lacan, Françoiese Dolto, entre outros.  No livro Yoga para Nervosos, página 97 da minha edição, o professor Hermógene

Leituras da Semana: O que vamos ler?

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Estou lendo: 1 . O Andar do Bêbado - Como o Acaso Determina nossas Vidas de Leonard Mlodinow. Pretendo terminá-lo até o fim de semana. 2. A Revolta do Atlas (vol.1) de Ayn Rand. Faltam 100 páginas para terminar a leitura deste livro, mas estou um pouco desanimada. 3. Bhagavad Gita - Como Ele É do Prabhupada.  Bhagavad Gita é um dos textos mais sagrados do hinduísmo, trata-se de um diálogo entre o guerreiro Arjuna e Krishna. Essa edição tem cada versículo comentado pelo religioso Prabhupada. Eu já li o Bhagavad Gita na tradução da Martin Claret (bem mais simples). Estou lendo 2 ou 3 versos desta edição por dia. A meta é terminar a leitura até o fim do ano. 4. Yoga y Psiconalasis - Ensayo sobre las técnicas hidues para la sublimacion de Maryse Choisy. Este livro é uma indicação do professor Hermógenes no livro Yoga para Nervosos. Eu o comprei na Estante Virtual em novembro. Só tinha essa edição em espanhol. Estou lendo desde essa época, de forma não sequenciada. A

Memórias de Adriano - Marguerite Yourcenar

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  " A convenção oficial exige que o imperador romano nasça em Roma, mas foi em Itálica que nasci. Foi esse país seco e, no entanto, fértil que sobrepus mais tarde muitas regiões do mundo. Imperador Adriano A convenção tem a vantagem de provar que as decisões do espírito e da vontade transcendem as circunstâncias. O verdadeiro lugar do nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros. Em menor escala, as escolas. "   Memórias de Adriano é o livro de Marguerite Yourcenar que narra a vida do imperador roma Adriano em primeira pessoa, na forma de cartas para seu sucessor Marco Aurélio.  O livro possui muita precisão histórica e é muito poético. Eu me senti realmente conversando com o imperador Adriano e admirei esse personagem histórico.    Plotina, esposa de Trajano Entre passagens que me cativaram estão a relação de respeito e admiração que ele tinha por Plotina, a

Psicologia Feminina: A Necessidade Neurótica de Amor

 Como foi dito no post sobre Karen Horney, o livro Psicologia Feminina é uma coletânea de artigos e conferências sobre diversos temas da psicologia feminina (frigidez, casamento, tensão pré-menstrual, etc).   Escolhi falar sobre o texto intitulado "A Necessidade Neurótica de Amor", que foi uma palestra proferida num evento de psicanálise.  A Dra. Horney define a necessidade neurótica de amor, como uma neurose de caráter, portanto começa nos primeiros anos de vida e abrange mais ou menos a personalidade total da pessoa. Entenda-se amor, como a capacidade de uma pessoa se dar espontaneamente a alguém, a uma causa ou a uma ideia, em vez de guardar tudo para si de forma egocêntrica.  A neurose é o aumento que a pessoa tem de ser amada, estimada e reconhecida, ajudada, aconselhada e sustentada, assim como o exagero da sua sensibilidade diante da frustração de tudo isso. No neurótico, essa necessidade de ser amado é exagerada. Enquanto para a pessoa saudável é importa

Book Haul - Janeiro de 2015

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  Book Haul é uma expressão usada nos blog literários. Como todos sabem, book é livro em inglês e haul é apreensão, como no caso de uma apreensão de drogas pela polícia. Quando fazemos o nosso book haul, mostramos a nossa Apreensão de Livros daquele mês.  Segue a minha do mês de janeiro: A Trilogia A Revolta do Atlas de Ayn Rand , é um empréstimo da minha amiga Lu; O Andar do Bêbado de Leonard Mlodinov , também é um empréstimo da Lu; O Jovem Törless de Robert Musil , veio da Biblioteca de Rua de Ituiutaba (BRI). Devolvo no Carnaval, juro; O Amante de Marguerite Duras , também veio da BRI; Passeio ao Farol da Virgínia Woolf , BRI; Os Frutos da Terra do André Gide , BRI; A Convidada de Simone de Beauvoir , BRI; Lutas Camponesas no interior paulista: Memórias de Irineu Luís de Moraes , foi um presente do meu primo Bruno; Colunas do Caráter de Júlio Schwantes , eu pedi no Skoob foi quero relê-lo; Memórias de Adriano de Marguerite Yourcenar , estou lendo,