A Comunicação Não Violenta


A Comunicação Não Violenta de Marshall Rosenberg, com certeza foi o livro que mais me ajudou profissionalmente.

 Eu sofria muito com as avaliações de performance na minha ex-empresa. Eu li este livro na semana da avaliação e foi revolucionário. Eu consegui expressar todas as minhas frustrações e objetivos através de uma conversa muito tranquila.

 Esse método é baseado na empatia, enfatiza a diferença entre observações e juízo de valor, sentimentos e opiniões, necessidades (valores universais) e estratégias, pedidos e exigências/ameaças.

 Na introdução do livro, o autor conta a história de Eichmann, um nazista que causou a morte de milhões de pessoas. Durante seu julgamento perguntaram, o que ele sentia ao fazer isso. E ele respondeu: "Nada. A nossa linguagem nos ajudava." Como isso era possível? Usando a Amtsprache (Amt é escritório em alemão e Sprache é linguagem, portanto é linguagem do escritório). Hitler talvez nunca tenha matado ninguém pessoalmente. Mas milhões de alemães mataram e voltaram para casa com a consciência tranquila todas as noites. Porque eles usaram frases de escritório como "Me mandaram fazer isso...", "Recebi ordens...", etc. O autor já começa nos despertando sobre a importância da linguagem e que ninguém deve fazer coisas que essencialmente não quer, apenas porque "recebeu ordens".

 Eu tenho medo de descrever o método de uma maneira muito breve e o leitor ter uma ideia equivocada (ou muito simplista) dele. Por isso, por favor leia o livro ou assista as palestras de Marshall Rosemberg no Youtube. Eu já assisti algumas vezes e garanto que elas têm todo conteúdo do livro.

 Basicamente o método tem 4 passos: 

 1) Descreve o evento/comportamento que você gostaria de modificar de maneira imparcial. SEM JULGAMENTO DE VALOR. Por exemplo, ao invés de "Quando você age com desprezo", diga, "Quando você faz ... (bate a porta, olha para outra direção enquanto falo com você, diz anhan enquanto falo, etc)"

2) Expresse os seus sentimentos. E aí está um ponto crucial do autoconhecimento, percebi que eu simplesmente não sabia o que eu estava sentindo naquela situação que me desagradava. Muitas coisas que a gente pensa que são sentimentos, na verdade, são julgamentos de valor. Se possível, evite palavras vagas como "eu me sinto bem/mal". Busque exatamente o que você está sentindo. Seguindo no nosso exemplo: "Quando você responde anhan, enquanto falo com você, eu me sinto magoada ..."

3) Expresse o motivo racional que provoca essa emoção (use porque e entendo como). Rosenberg parte do princípio que todas as necessidades são universais. Se não é universal, provavelmente você não entendeu exatamente qual a sua necessidade baseado nos seus sentimentos ou está tentando manipular o outro. Continuando o exemplo: "Quando você responde anhan, enquanto falo com você, eu me sinto magoada, porque tenho necessidade de me sentir ouvida e compreendida e interpreto (entendo) este comportamento como falta de consideração por mim ..."

4) Fazer o pedido de maneira mensurável e clara. "Quando você responde anhan, enquanto falo com você, eu me sinto magoada, porque tenho necessidade de me sentir ouvida e compreendida e interpreto este comportamento como falta de consideração por mim. Portanto, gostaria que você sempre  dialogasse comigo usando frases completas."

Resumindo: 

 Quando você faz ..., eu me sinto ..., porque entendo como....Portanto, gostaria que você fizesse.... 

 Assista os vídeos, leia o livro e use essa fórmula pelo resto da sua vida. Seus problemas estarão resolvidos!











Comentários

POSTS MAIS LIDOS

A Personalidade Neurótica de Nosso Tempo - Karen Horney

A SIMETRIA OCULTA DO AMOR - BERT HELLINGER

Psicologia Feminina: A Necessidade Neurótica de Amor

O Caminho dos Justos – Moshe Chaim Luzzatto

Éramos Seis, Irene Ravache, Moçambique e Angola

Daniela e os Invasores - Dinah Silveira de Queiroz

Diamante banhado em sangue, a história do Estrela do Sul

"Sei que muitas vezes eu mesmo fui um obstáculo no meu caminho, mas isso acabou"

Como acabei perdendo meu coração - Doris Lessing (Nobel de Literatura em 2007)