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Mostrando postagens de março, 2016

O Nome e o Sangue - História dos Primeiros Judeus no Brasil

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Evaldo Cabral de Mello é um historiador e diplomata brasileiro, irmão do poeta João Cabral de Melo Neto. O principal foco de interesse das pesquisas de Evaldo é a História da Dominação Holandesa e História dos Judeus no Brasil. Ele é considerado um dos maiores especialistas no assunto.  Sefaradita é o termo para designar judeus originários de Portugal e da Espanha. Eles provavelmente se estabeleceram nessa região durante o Império Romano e lá viveram relativamente em paz até o século XV.  Eles também são designados pelo nome marrano (pejorativo) e B’nei Anussim (hebraico). Em 1495, ocorreu o casamento de Dom João II (rei de Portugal) com a princesa Isabel de Espanha. Entre as clausulas do contrato de casamento, estava a total expulsão dos judeus de Portugal. O rei tentou argumentar e defender os sefaraditas, mas foi em vão. Dom João II acabou sendo forçado a assinar um decreto que exigia a conversão ou o desterro dos judeus portugueses até o final do próximo ano,

Conheça minha Estante - Parte I

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Prateleira em Minas Gerais. Tenho por hábito sempre doar ou trocar os livros que já li. Mesmo assim, alguns são muito especiais e não desapego. Tenho algumas prateleiras selecionadas pelo Brasil afora. Uma delas fica na casa dos meus pais em Minas Gerais. Ela é composta de alguns livros que adorei ler, ou que marcaram a história de vida. Por favor, permita-me compartilhar um pouco dessa emoção com vocês! Kursk, 1943 de Claúdio Lucchesi conta a História da Guerra nas Malvinas. O autor é editor da Revista Asas sobre História da Aviação. Esse é exemplar é autografado. Comprei-o numa palestra do autor em minha universidade. Confissões do Darcy Ribeiro foi um presente para o meu pai, de um amigo da família. Meus pais gostaram muito de lê-lo. Darcy Ribeiro foi um intelectual e idealizador da Universidade de Brasília. É importante conhecer sua obra. A Bíblia , tradução do Gênesis (No Princípio) por André Chouraqui. Como foi discutido no projeto Lendo a Bíblia com Ate

Anarquistas, graças a Deus - Zélia Gattai

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Anarquistas, graças a Deus é um livro memorialista da escritora Zélia Gattai. A família da autora veio para o Brasil a convite de Dom Pedro II para fundar uma colônia anarquista no País. Sim, isso mesmo, anarquismo oficializado pelo Estado.  Esse parece um dos projetos mais absurdos que já me contaram. No meio da execução dos planos, foi declarada a República e a situação política mudou. Mesmo assim, os avós da autora ainda fundaram a Colônia Cecília , no Paraná. Passaram por várias dificuldades, faliram e vieram para São Paulo. O livro começa com as memórias de infância da autora. O pai, mecânico e apaixonado por automobilismo, a mãe, dona de casa, e uma penca de filhos para cuidar. Zélia é a mais nova. Eles se mudam para Alameda Santos, na época, um bairro residencial, do lado da Avenida Paulista. Os pais continuam um pouco idealistas, propagando as ideias anarquistas dos avós. A leitura ensina muito sobre História do Brasil e como era a vida dos imigrantes. Um fato h

Louise e Alexandra : Elas viajaram SOZINHAS

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Na última semana, foi muito comentado nas mídias sociais o assassinato de duas jovens . Elas eram turistas argentinas no Equador. E foram brutalmente assassinadas por terem se negado a fazer sexo com seus algozes. No entanto, o que gerou polêmica foi a impressa noticiar que elas viajavam sozinhas . Se elas estavam em duas, como podiam estar sozinhas? Faltava o quê? Ainda que elas estivessem de fato viajando sozinhas, isso é justificativa para um crime tão bárbaro? Pensando nisso e em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, selecionei dois livros de mulheres destemidas que, de fato, viajaram SOZINHAS. 1. Amazônia, A Viagem Quase Impossível de Louise Sutherland (1978) Título original, I follow de wind , Eu sigo o vento . Louise Sutherland foi uma enfermeira neozelandesa apaixonada por ciclismo. Um dos meus livros favoritos. Não dou, não vendo, não empresto. Desde jovem, começou a pedalar longas distâncias. Em 1978, durante a Ditadura Militar, ela leu notícias sobr

Os Sonetos a Orfeu - Elegias de Duíno de Rilke

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Rainer Maria Rilke , poeta da língua alemã, nasceu em Praga (atual República Tcheca) em 1875 e faleceu na Suíça em 1926, aos 51 anos. É conhecido também como o místico de Praga . Sua obra tem um forte teor espiritual e místico que influenciou outras pessoas nessa busca, como, por exemplo, a jovem judia holandesa Etty Hillesum . Lou Andreas-Salomé.              Teve um casamento conturbado, que durou apenas um ano, e várias amantes, que o sustentaram a vida toda. A mulher que mais o influenciou foi a intelectual Lou Andreas-Salomé .  Eles mantiveram um relacionamento amoroso por décadas. Lou era 14 anos mais velha do que Rilke e sua capacidade intelectual e liberdade chocavam a sociedade da época. É difícil falar de Rilke, sem falar de Lou. Pois ela também escreveu muitos livros e era uma intelectual de incomparável grandeza. Acabo de ler Os Sonetos a Orfeu e Elegias de Duíno de Rilke. É uma edição bilíngue, alemão-português. A tradução é de Karlos Rischbieter e Pa

20 Melhores Livros da Literatura Brasileira - Escritos por Mulheres

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No dia 8 de março, comemora-se o Dia da Internacional da Mulher. Nos últimos dois anos, faço um esforço deliberado para ler mais autoras. É tão fácil citar um escritor numa conversa, mas eu desconhecia totalmente quais eram as escritoras da Academia Brasileira de Letras. Daí surgiu o Desafio ABL com o blog Literatura Brasileira. Nós nos desafiamos a ler todas as escritoras da ABL. Estou orgulhosamente completando a metade do desafio. Foram grandes descobertas. Entre as vivas estão,   Rosiska Darcy de Oliveira   (como essa escritora é inteligente!),   Lygia Fagundes Telles   (este ano indicada ao Prêmio Nobel de Literatura!),   Ana Maria Machado   com seu estilo de escrita fluído,   Nélida Piñon   (primeira mulher a presidir a Academia!) e   Cleonice Berardinelli . Entre as já falecidas, a pioneira   Rachel de Queiroz ,   Zélia Gattai   (esposa de Jorge Amado) e   Dinah Silveira de Queiroz . Apesar do mesmo sobrenome, Dinah não é parente de Raquel. Oito exemplos inspiradores para