Castelo de Papel - Mary del Priore

A historiadora brasileira Mary del Priore já participou várias vezes do programa Café Filosófico na TV Cultura. Seus comentários são sempre inteligentes e contribuem para o melhor entendimento da nossa História. Ela é especialista do Segundo Império. Já escreveu quase 40 livros e colabora com várias instituições de pesquisa no Brasil, América Latina e Europa. Com certeza, é uma forte candidata para a Academia Brasileira de Letras.

Seu jeito de escrever é simples e envolvente. Acabo de terminar de ler o livro dela Castelode Papel, que conta a História da Princesa Isabel e de seu marido Conde d’Eu. Ela descreve desde a infância e adolescência de cada um deles, onde foram criados e como eram suas famílias até suas mortes. Conde d’Eu era pressionado pelo pai a ser um herói de guerra e teve experiências militares frustrantes na Espanha e no Marrocos, durante a adolescência.  Isabel ficava trancada dentro do castelo estudando tanto para ser mãe e dona de casa, quanto para ser governante. Ou seja, estudava de 12 a 15 horas por dia.


Apesar do casamento entre eles ter sido arranjado (Isabel era o negócio número 2, por ser mais feia do que a irmã e porque quem se casasse com ela seria obrigado a morar no Brasil), eles foram muito felizes juntos por toda vida.

O livro conta detalhadamente a participação de Conde D’Eu na Guerra do Paraguai e um dos motivos de sua inimizade com escritor (que eu amo!) Visconde de Taunay. Para quem se interessa pela Guerra do Paraguai, este livro lança novas luzes e novas perspectivas sobre o que realmente aconteceu.

Isabel teve muita dificuldade para engravidar e vários abortos. Mas, ao final, teve três filhos.

O livro detalha os últimos momentos da Monarquia no Brasil, porque e como a Princesa Regente assinou a Lei Áurea e quais foram as consequências do ato. Também descreve detalhadamente o que aconteceu com a Família Real depois da Proclamação da República, como terminaram suas vidas e onde morreram.

Os corpos de Isabel e Conde d’Eu foram transladados para Petrópolis em 1971 e foram sepultados juntos. Aqueles que jamais se separam em vida, não poderiam ser separados depois da morte. Até me arrepio de pensar nisso.

Dizem que no Brasil tudo começa depois do Carnaval, então bom começo a todos!


Boas leituras! Sempre é tempo de começar a ler!

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