O Encilhamento - A História sempre se repete?

Caros amigos leitores,

Devido a outras atribuições,  estou sendo forçada a ler menos e escrever menos para o blog. Possivelmente reduzirei as postagens a uma vez por semana até o final de junho. Agradeço a compreensão de todos. 


A Crise do Encilhamento foi uma bolha econômica que ocorreu no Brasil, entre o final da Monarquia e o início da República, estourando no governo de Deodoro da Fonseca (1889-1891), primeiro presidente brasileiro. Por causa disso, o País enfrentou uma crise financeira.

 Bolha econômica  é um termo usado quando um mercado está crescendo unicamente porque os investidores (as pessoas) estão entusiasmadas demais e colocando o dinheiro ali, mesmo sem nenhuma garantia de que o investimento seja seguro. Em algum momento, elas percebem que o investimento não é tão extraordinário e acontece o movimento inverso. Elas ficam histéricas e retiram o seu dinheiro o mais rapidamente possível fazendo os preços desabarem. 

 Crise financeira é um termo aplicado a variadas situações em que instituições ou ativos financeiros se desvalorizam rapidamente. Ou seja, em que os preços desabam, a vaca vai pro brejo.

 No caso do Encilhamento, os ministros da fazenda Visconde de Ouro Preto e Ruy Barbosa adotaram uma política de fomento a indústria liberando muito dinheiro para quem queria empreender algum negócio. 

 Até aí nada de errado.  O problema é que a economia brasileira não tinha esse dinheiro para emprestar. O que eles fizeram foi simplesmente imprimir mais dinheiro. Quando se injeta mais dinheiro, sem uma atividade econômica que justifique isso, ninguém é idiota, as pessoas percebem. Todo mundo quer ganhar dinheiro junto. Os preços sobem e começa a inflação.

 Os poderosos vinham pedir dinheiro para o governo dizendo que criariam empresas disso ou daquilo e conseguiam, financiamento a torto e a direito. Não houve nenhum tipo de fiscalização para confirmar como esse dinheiro foi empregado. A maioria das empresas eram fictícias. Aí eles abriam os capital dessas firmas na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e arrecadavam mais dinheiro ainda, que era enviado a países seguros no exterior até que os lucros prometidos não vieram e a mentira foi descoberta. Verdadeiras fortunas no exterior se construíram assim. 

Segue um trecho do livro:

Cuida-se cada qual de si, tirando das condições em que se achava todos os proveitos e leva-se a breca o resto - traço dominante da época, suma filosofia em vigor.


 E eles se afirmavam - nos lances arriscados do encilhamento, a colherem como gigantesco golpe de tarrafa a credulidade de milhares  e milhares de ambiciosos, mais ou menos ingênuos - no açodamento da agiotagem - na organização pululante e febril de bancos, empresas e companhias, muitas inviáveis ao nascedouro, algumas desaparecendo logo, sem deixarem de si o menor rastro (...)



Alguém se lembrou da OGX? Da Petrobrás? Será que somos fadados a sempre repetir a mesma História? 

 Até nosso próximo encontro.






Comentários

POSTS MAIS LIDOS

A Personalidade Neurótica de Nosso Tempo - Karen Horney

A SIMETRIA OCULTA DO AMOR - BERT HELLINGER

Psicologia Feminina: A Necessidade Neurótica de Amor

O Caminho dos Justos – Moshe Chaim Luzzatto

Éramos Seis, Irene Ravache, Moçambique e Angola

Daniela e os Invasores - Dinah Silveira de Queiroz

Diamante banhado em sangue, a história do Estrela do Sul

"Sei que muitas vezes eu mesmo fui um obstáculo no meu caminho, mas isso acabou"

Como acabei perdendo meu coração - Doris Lessing (Nobel de Literatura em 2007)