A questão indígena na Literatura

 A expectativa...

Esta semana, saiu no jornal Folha de São Paulo que Dilma demarcaria terras indígenas, antes do seu provável afastamento pelo Senado. Segundo o site da UOL, isso seria uma manobra por apoio.

Eu só me pergunto: Apoio de quem? Quem rico e poderoso para manter uma Presidente estaria também a favor dos índios nesse País?

A frustração...

Segundo o jornal O Diário do Grande ABC, estava previsto para hoje, 29 de abril, um anúncio formal das terras demarcadas. O anúncio não aconteceu e Dilma não esteve presente.

O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, justificou a ausência da Presidente devido à preparação de sua defesa. Ele afirmou que segunda-feira, 2 de maio, o Diário Oficial já tratará a homologação de algumas terras indígenas (Será?), mas não antecipou quais.

Além disso, a mesma matéria informa que o governo já homologou cinco territórios recentemente, têm mais três na gaveta e sete em estudo.

Para quem quer saber mais...

A questão indígena no Brasil é polêmica e marcada pela violência. Duas figuras brasileiras já foram indicadas ao Prêmio Nobel da Paz por defender os povos indígenas: Marechal Rondon e os irmãos Villas Bôas.

Eles viveram em épocas distintas. Talvez nem tenham chegado a se conhecer pessoalmente, mas os Villas Bôas se inspiraram muito no trabalho de Rondon.

Para quem quer saber mais sobre o trabalho do Marechal Rondon, recomendo o livro Rondon do historiador norte-americano Todd A. Diacon. Apesar de estadunidense, Todd é fascinando por Rondon e dedicou sua carreira acadêmica a estudar a vida do grande brasileiro. No livro, o autor aborda a questão de como as ideias positivistas moldaram os ideias de Rondon e o fizeram ver a questão do índio. Além disso, o livro narra uma caçada do Presidente norte-americano Roosevelt com Rondon. As situações dessa caçada são tão absurdas que beiram ao cômico. E de rir pra não chorar!


Para quem quer saber mais sobre os irmãos Villas Bôas, recomendo o livro, escrito por eles mesmos, A Marcha para o Oeste. Ele livro tem introdução (escrita por Antonio Houaiss, Darcy Riberio, Antonio Calado e Maureen Bisilliat) e posfácio (escrito por John Hemming).  Lendo a introdução e o posfácio é possível entender muito do processo histórico em que as expedições dos Villas Bôas se realizaram, pois todos os autores são grandes especialistas no assunto. O livro em si carece de uma edição revisada.  O texto dos irmãos não é fluído, nem cronologicamente organizado. Só leitores muito interessados, como eu, mantêm o prazer da leitura até o final. Para quem preferir, há também o premiado filme Xingu, que narra a história do livro.

Por último, para os leitores que querem fazer uma comparação de processos históricos entre países, recomendo ler Enterrem meu Coração na Curva do Rio de Dee Brown. Esse livro conta a história dos índios norte-americanos e como a maioria dos povos acabou exterminada. Também existe um filme homônimo baseado neste livro. Cada capítulo trata do extermínio de um povo. Foi um dos poucos livros que já me fez chorar na vida.

Bom fim de semana a todos! Boas leituras!


Principalmente uma boa leitura do Diário da União de segunda-feira!

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