Sonho Grande - Cristiane Correa
Sonho Grande é um livro da
jornalista Cristiane Correa, da revista Exame. Ele conta a história do
banqueiro Jorge Paulo Lemann e seus sócios Marcel Telles e Beto Sicupira.
Juntos os três fizeram os maiores negócios globais envolvendo uma empresa
brasileira, entre eles, a compra das marcas americanas Budweiser, Heinz e Burger
King.
O título do livro remonta o fator
importante de se ter um grande sonho, o que já foi tratado pelo blog. Os sonhos e objetivos moldam, com
sucesso, estratégias de vidas. Jorge Paulo era filho de uma família suíça,
donos de um laticínio. Desde pequeno, ele fazia muito esporte e era muito
competitivo. Suas paixões eram o tênis e a pesca submarina. Ele chegou a se
dedicar ao tênis profissionalmente, mas quando percebeu que nunca seria um campeão mundial,
desistiu de competir e direcionou sua carreira para investimentos.
Segundo o livro, Jorge Paulo era
muito influenciado por um primo. Esse o convenceu a ir para Harvard, na década
de 50. Chegando lá, Jorge Paulo não se adaptou, foi reprovado em todas as
disciplinas. No primeiro ano, Harvard mandou uma carta recomendando que ele
deixasse a universidade. Revoltado, ele
decidiu acabar logo com aquilo e bolou uma estratégia para terminar o mais rápido
possível. Ele finalizou o curso em dois anos e voltou para nosso País.
No Brasil de 1950, não havia
mercado financeiro. Sem fazer apologia,
a Ditadura Militar fez o Mercado Brasileiro existir como algo
regulamentado, por meio da criação da CVM (órgão regulador) e do índice Ibovespa. Jorge Paulo chegou dos EUA com uma grande vivência do
mercado consolidado de lá.
É possível interpretar que ele saiu na frente aqui, porque já
sabia fazer muitas coisas que os brasileiros ainda não sabiam. O livro cita
especificamente as operações de day-trade,
que nem o Banco Central sabia fazer.
Além disso, Jorge Paulo direcionou sua vida para a visão de como criar empresas que durassem para sempre. Ele pautava suas empresas no pilar da meritocracia, o que também era novidade no Brasil
daquela (e da nossa) época. Para
responder “o que é preciso para se construir uma empresa duradoura?”, surgiram os
pilares do Banco Garantia (formalmente escritos algum tempo depois de sua
fundação):
1) INVISTA SEMPRE – E ACIMA DE TUDO
– NAS PESSOAS.
2) SUSTENTE O IMPULSO COM UM GRANDE
SONHO.
3) CRIE UMA CULTURA MERITOCRÁTICA
COM INCENTIVOS ALINHADOS.
4) VOCÊ PODE EXPORTAR UMA ÓTIMA
CULTURA PARA SETORES E GEOGRAFIAS AMPLAMENTE DIVERGENTES.
5) CONCENTRE-SE EM CRIAR ALGO
GRANDE, NÃO EM “ADMINISTRAR DINHEIRO”.
6) A SIMPLICIDADE TEM MAGIA E
GENIALIDADE.
7) É BOM SER FANÁTICO.
8) DISCIPLINA E CALMA (NÃO
VELOCIDADE) SÃO A CHAVE DO SUCESSO EM MOMENTOS DIFÍCEIS.
9) UM CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
FORTE E DISCIPLINADO PODE SER UM ATIVO ESTRATÉGICO PODEROSO.
10) BUSQUE CONSELHO DE PROFESSORES,
E CONECTE-OS ENTRE SI.
O destaque à palavra disciplina
(duas vezes citada) é do blog,
por reforçar um conceito que também já foi citado no livro O Poder do Hábito.
Em seguida, retomando o texto de Sonho Grande, o livro também menciona
que o grupo de Jorge Paulo foi o primeiro a trazer o conceito de private equity para Brasil, quando eles
investiram nas Lojas Americanas. Também deixa subentendido, pelo relato de um
dos ex-sócios, que o banco trouxe o conceito de operação overnight durante a crise
inflacionária brasileira.
Jorge Paulo se autodenomina um
professor. Ele sempre financiou estudos de jovens, entre outras instituições e
apoio ao ensino, ele criou a Fundação Estudar, que dá bolsa de estudos para
jovens talentosos, e a Fundação Lemann, voltada a melhorar o ensino
público.
Um dos ex-sócios de Lemann, é o
banqueiro Luiz Cesar Fernandes. Cesar
sofreu muitos reveses na vida, mas sempre manteve admiração por seu mentor
Jorge Paulo. O livro Bilhões e Lágrimascomeça traçando o perfil de Luiz Cesar. Vale a pena contrapor com a versão de Sonho Grande. De forma geral, os dois
livros mencionam que trouxeram operações de overnight
para o Brasil, os dois concordam que Cesar não falava inglês. Mas um fala que
ele era de Santa Rita do Passa Quatro, outro que ele era de São Carlos. Um
menciona que ele nunca terminou o segundo grau, outro menciona que terminou. Os dois concordam que sua terceira esposa era uma funcionária do
Banco Garantia, o que era contra as normas da empresa na época. Aliás, é muito
triste ver que nenhuma mulher se destaca como protagonista nessa história.
Com a leitura de Sonho Grande,
pode-se aprender muito sobre a História de Economia Brasileira, pela ótica dos
protagonistas. Vale a pena lê-lo!No próximo post , serão tratados alguns termos e característicos do mercado que foram mencionados no livro. Até mais!
Boas leituras! Boa semana!
Muito legal seu blog! Virei fã!
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