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Mostrando postagens de abril, 2016

A questão indígena na Literatura

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  A expectativa... Esta semana, saiu no jornal Folha de São Paulo que Dilma demarcaria terras indígenas, antes do seu provável afastamento pelo Senado. Segundo o site da UOL , isso seria uma manobra por apoio. Eu só me pergunto: Apoio de quem? Quem rico e poderoso para manter uma Presidente estaria também a favor dos índios nesse País? A frustração... Segundo o jornal O Diário do Grande ABC , estava previsto para hoje, 29 de abril, um anúncio formal das terras demarcadas. O anúncio não aconteceu e Dilma não esteve presente. O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, justificou a ausência da Presidente devido à preparação de sua defesa. Ele afirmou que segunda-feira, 2 de maio, o Diário Oficial já tratará a homologação de algumas terras indígenas (Será?), mas não antecipou quais. Além disso, a mesma matéria informa que o governo já homologou cinco territórios recentemente, têm mais três na gaveta e sete em estudo. Para quem quer saber mais... A questão ind

a máquina de fazer espanhóis - Valter Hugo Mãe

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a máquina de fazer espanhóis   foi uma recomendação de um leitor do nosso blog . É de autoria do escritor português, nascido em Angola, Valter Hugo Mãe . O protagonista, um silva, é um senhor octogenário que perde a esposa. Logo em seguida, é mandado, pelos filhos, para um asilo, o feliz idade. Nas considerações finais, o autor declara que escrevera este livro pensando em seu pai, que não pôde chegar à terceira idade. Hugo Mãe se considera próximo à terceira idade, embora tenha apenas 44 anos. É genial como um autor ainda tão jovem conseguiu entrar na pele de um octogenário e na rotina de tantos idosos, suas alegrias, tristezas, amores, sonhos, anseios, angústias e limitações. O estilo de Hugo Mãe lembra o de Saramago, parágrafos longos sem letras maiúsculas. A leitura é fluida e tocante. Além disso, o autor aborda, de maneira sutil, o período da ditadura de Salazar em Portugal. Descreve como atos tão fáceis e simples podem ser revistos durante o envelhecimento, trazendo no

Mulheres de generais: belas, recatadas e “do lar”... Só que não!

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“ alegra-te com a mulher de tua mocidade. ” (Provérbios 5:18) Esta semana, fui apresentada à matéria sobre a esposa do Vice-Presidente Michel Temer. Não quero criticar a felicidade alheia, sou plenamente a favor da realização de todos os seres humanos. Todos nós devemos ser livres para nos casarmos com quem quisermos, independentemente de gênero, idade, raça ou crença. No entanto, lendo a matéria, interpretei como uma apologia a esse tipo de união e a mulheres belas, recatadas e “do lar” . Acredito que propaganda a um estereótipo único de mulher (talvez irreal) pode influenciar negativamente as mais jovens e inseguras. Por isso, fiz uma pesquisa na Wikipédia sobre os cinco generais da Ditadura que exerceram a Presidência e suas mulheres. Começando por Humberto Alencar Castelo Branco ... O General Castelo Branco era cearense (portanto, nordestino!), nascido em 1897  na família do escritor José de Alencar. Ele era parente da escritora Rachel de Queiroz , isso pod

Capoeira: quando a ética possibilita à luta virar jogo

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“Que luta é essa em que os adversários sorriem e se cumprimentam, estabelecendo entre si um acordo - não dito, mas vivido - em que a ética possibilita à luta virar jogo?” (Antônio Filogênio de Paula Júnior) A Capoeira é um misto de jogo, dança, luta e música. A música é essencial na Capoeira, esta é a única modalidade de arte marcial em que a musicalidade se faz presente, esta dita o ritmo e estilo dos movimentos dos capoeiristas. É uma arte com histórico de lutas pela emancipação negra. A sua prática foi perseguida tanto na Monarquia quanto no inicio da República. Uma vez livre, porém, hoje se encontra espalhada no mundo sendo uma das principais formas de expansão da língua portuguesa.  "Negroes fighting, Brazil" (1824). Pintura do inglês Augustus Earle. Gravura mostrando a repressão policial aos capoeiristas, uma cena comum no Rio de Janeira durante o século 19. 1 Segundo a historiadora Letícia Vidor de Sousa Reis, a capoeira parece remontar aos qui

Ciranda de Pedra - Lygia Fagundes Telles

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Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo na década de 20. Formou-se em Educação Física e Direito. Desde criança, ela gostava muito de escrever. Publicou diversos livros, que foram traduzidos para inúmeras línguas. Contou com a amizade e colaboração de outros grandes escritores da nossa literatura, como Carlos Drummond de Andrade e Érico Veríssimo. Em 1982, tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras.   Em 2005, ganhou o Prêmio Camões, consagração máxima para um autor da Língua Portuguesa. Neste ano, Lygia foi indicada ao Prêmio Nobel de Literatura.  Por esse motivo, e também por Lygia pertencer ao grupo de autoras do Desafio Mulheres da Academia Brasileira de Letras , li seu romance chamado Ciranda de Pedra . Foi uma grande surpresa para mim. O livro é excelente!   Ele já começa com uma citação de Elegias de Duíno de Rilke. Início bom e final extraordinário. Ciranda de Pedra é o primeiro romance de Lygia, anteriormente uma contista consagrada. Apesar de escr

Demian - Hermann Hesse

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Demian do Nobel alemão Hermann Hesse (1877 – 1962) é um livro sobre a autodescoberta de um adolescente, o jovem Emil Sinclair. A primeira vez que li uma referência a Demian foi durante a leitura de Seus Pontos Francos do psicólogo norte-americano Wayne W. Dyer. Vocês também tem isso? Livros que levaram a outros livros? Livros que levam pra livros. Gostei tanto do que foi citado que acabei comprando Demian . Mas ele ficou por anos abandonado na minha estante. Este ano, consegui lê-lo. Hermann Hesse usa palavras de um modo muito único. Lembra o estilo do outro Nobel alemão, Thomas Mann. Talvez isso venha das características da língua alemã. Eu particularmente não gosto desse estilo. No entanto, a estória é tão bem estruturada e você encontra frases tão belas, que vai acabar gostando do livro. É inevitável. Por exemplo: Hoje sei muito bem que nada na vida repugna tanto ao homem do que seguir pelo caminho que o conduz a si mesmo. Hermann Hesse era um