A Bolha Chinesa e a Cabeça do Investidor
Diversas mídias têm
mostrado que a Bolsa de Xangai caiu cerca de 30% de junho a julho deste ano.
Essa queda pode ser interpretada como sinal alarmante do estouro de uma bolha.
E o que afeta a China, afeta a economia do mundo como um todo.
Especialmente
no tópico Sobre bolhas, crises, emoções e ilusão, a autora começa
mostrando que a
idade e a inexperiência do investidor torna-o mais susceptível a entrar em
bolhas especulativas. Foi
demonstrado que gerentes mais jovens, compraram mais ações das empresas “.com”
durante a bolha da internet e as venderam mais rapidamente
(realizando maiores perdas) do gerentes mais experientes. O mercado financeiro chinês é composto
majoritariamente por investidores pessoas físicas (mais de 80%), que começaram
a investir com o crescimento econômico da última década. Por tanto, assume-se
que são investidores inexperientes, susceptíveis a cair nos mecanismos de uma
bolha.
A
autora fala da pesquisa de George Akerlof (prêmio Nobel de Economia) e de Robert Shiller e vai direto ao
ponto: “nós
nunca entenderemos realmente eventos econômicos importantes se não nos
confrontarmos com o fato de que suas causas são amplamente mentais, no que diz
respeito à sua natureza.”
No
mesmo trabalho fala-se dos espíritos animais (forças
irracionais da mente humana) atuando nos agentes do mercado financeiro. Além
disso, fatores para uma crise financeira são classificados como:
1.Estruturais: avanço
de tecnologias, decisões políticas, certos aspectos da conjuntura econômica,
entre outros.
2.Culturais: “bolhas especulativas só
passam a existir com a invenção da imprensa e, mais especificamente, dos
jornais!”. Levando a questionamentos sobre o quanto a mídia influencia o
comportamento dos investidores. Não é citado no livro, mas minha interpretação
pessoal é que a corrupção também se encaixe nesse grupo de fatores.
3. Psicológicos: ele divide os fatores psicológicos em
dois subgrupos:
a.Quantitativos: como a ancoragem, por exemplo. Pensar no seu número
de telefone antes de avaliar o preço de um produto, fará você avaliar aquele
produto por um preço próximo do seu número. Qual a racionalidade disso?
Nenhuma.
b.Morais:
“muito do pensamento humano que resulta em ação não se baseia em dados
quantitativos, mas sim em histórias contadas e em justificavas.”. De modo
que tal ancoragem moral, faria o mercado interpretar fatos sem relação
plausível (por exemplo, a morte de Osama Bin Laden com a alta E com a baixa da
Bolsa de Valores).
Quer
saber mais sobre crises financeiras?
Confira
nosso post sobre uma crise semelhante que abalou a economia do
império no Brasil. Leia também o livro A Cabeça do Investidor.
Assista o programa do economista Galbraith
explicando a crise de 29. Este vídeo foi feito na década de 90, com cenas reais e entrevistas com pessoas que vivenciaram a Grande Recessão. Ele é considerado o melhor documentário já produzido sobre o tema.
Nos
próximos posts, vamos continuar nossa conversa sobre fatores
psicológicos quantitativos. Agradecemos sua participação com dúvidas,
críticas e comentários.
Até nosso próximo encontro!
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