SAGA BRASILEIRA - A LONGA LUTA DE UM POVO POR SUA MOEDA

Miriam Azevedo de Almeida Leitão é uma jornalista econômica e apresentadora de televisão, nascida no interior de Minas Gerais. Ela se formou pela Universidade de Brasília (UnB), exerce sua profissão há mais de 40 anos, é mãe de dois filhos e avó.

Miriam Leitão parece ser detestada por muitas pessoas no Brasil. Já escutei coisas como “ela não escreve os próprios textos econômicos, ela se apropria das ideias de outras pessoas”. Na verdade, quando você é um profissional renomado numa carreira (depois de muitos anos), você realmente delega muitas atividades operacionais para quem está começando.  Isso é bem comum em diversas carreiras, inclusive no jornalismo. Acredito que este seja o caso da Miriam Leitão.

Outra crítica é que ela é muito ligada ao PSDB. E, sim, isso parece ser verdade. Em um momento do livro, ela descreve que FHC podia contar com dois “titãs”, Pedro Malan e José Serra. A gente precisa ser muito PSDBista para descrever esses dois políticos como “titãs”. Mas, na vida, somos todos parciais. E a Miriam Leitão deixa claro qual lado ela está defendendo e parece ser uma profissional muito ética e coerente nesse sentido.


O livro Saga Brasileira faz parte da nossa Metade leitura para 2017. Ele conta um episódio importante da nossa História, o período de hiperinflação com a volta da democracia (a partir de 1989), os vários planos econômicos que se sucederam para tentar conter a hiperinflação. O Brasil trocou de moedas diversas vezes. E a transição para o Plano Real (nossa moeda agora) parece a solução mais genial já inventada por um país. Sem a sua criação, muitos dos nossos avanços não seriam possíveis. Se você tem menos de 40 anos e não é economista, esse livro é quase uma leitura obrigatória.

É importante ressaltar que não se trata de um livro econômico, mas sim de um livro sobre História e voltado a um público geral e amplo. Leia-o com o espírito de quem deseja entender o que foi a transição da moeda no aspecto humano, na vida cotidiana das pessoas.

Para quem quer saber mais, vale conferir a entrevista da Miriam Leitão sobre o livro (Duração de 6 min 17 segundos). Nas palavras dela “Foram os dias mais doidos que eu já vi neste país. As pessoas ficavam malucas (...). Ninguém sabia quanto custava, como é que você ia pagar.”



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