Conversas com um Jovem Professor - Leandro Karnal
Conversas com um Jovem Professor é um livro do professor Leadro Karnal. Ao
longo dos seus 30 anos de carreira, Karnal afirma já ter dado aulas em todas as
condições para todos os públicos. A única experiência que lhe faltou (e que ele
admira muito) foi a da alfabetização e letramento. Por causa disso, o autor convidou
sua irmã, que é pedagoga e também professora há mais de 30 anos, para escrever
um capítulo relatando sua experiência e tratando sobre o tema disciplina.
Karnal acredita que sua
experiência de três décadas é o tempo exato para escrever um livro assim. Pois,
não é nem muito jovem para ser tratado como inexperiente e, tão pouco, muito
velho para estar rancoroso com os obstáculos enfrentados na sua profissão. O
livro está todo em primeira pessoa. Nada é embasado em teorias pedagógicas.
Tudo é ditado conforme experiência e visão pessoal.
O autor explana sobre o que
fazer nas linhas de frente de uma aula. Segundo ele essas linhas são: você, o
conteúdo, as condições externas e o aluno. Também trata sobre como lidar com as
frustrações profissionais. Aquela sensação de “Eu fiz tudo, mas...”.
Depois ele trata dos erros
mais comuns de sua profissão, sendo honesto o suficiente para relatar os seus
próprios erros. Disserta sobre a tão cobrada criatividade em sala de aula.
“Aqui nasce um equívoco
comum no Brasil, em particular. É opor criatividade ao método ou conhecimento
formal. Picasso copiou Velázquez no Museu do Prado antes de ser Picasso, e
também depois. Aprendeu com os grandes mestres. Dominou técnicas clássicas,
como a pintura a óleo e o desenho. Para criar seu universo original, Monteiro
Lobato estudou, de forma muito tradicional, a etimologia e o latim. Passou
horas sentado decorando coisas e, seguindo caminhos bem tradicionais, pôde
então subverter.”
Nota do blog: Esse também
foi o caso do poeta Manoel de Barros, famoso por seu trabalho em escritório
durante horas para compor um poema.
“No Brasil é comum a
confusão. Alguns acham que ser criativo é estar aberto a uma inspiração que
desceria dos céus e, para a qual, devemos ficar em repouso absoluto,
aguardando. Cumprir horários, ler com afinco, anotar, estabelecer metas e avaliar
seriam obstáculos à criatividade. Fuja de quem acredita nisso. São apenas
vagabundos.”
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“Ser criativo implica
colocar maior energia, pois vai além da repetição dada pelos outros, não aquém.
Ser criativo é ultrapassar, não reduzir.”
Para quem quer saber mais
sobre criatividade, recomenda-se o livro: Tive uma ideia! O que é criatividade e como desenvolvê-la.
Karnal também explana sobre
o papel da tecnologia em sala de aula e sobre o papel dos pais, colegas,
coordenadores e diretores na educação. Muitas vezes ajudam, mas, em certos
casos, também atrapalham.
O autor fala sobre como
planejar uma boa aula e como elaborar provas. Para encerrar, ele explana sobre
as razões para ser professor. Sinceramente, achei o final meio utópico. Mas é
um livro que, mesmo assim, merece ser lido pelo relato de experiência e a
análise crítica da realidade. Karnal tem discernimento. Não é um livro que “fantasia”
as relações e as dificuldades do professor.
Segue uma palestra de 3
minutos do autor sobre Jesus como professor.
Boa semana a todos (as)!
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