Fragmentados - Neal Shusterman
"A Segunda Guerra Civil, também conhecida como "Guerra de
Heartland", foi um conflito longo e sangrento motivado por uma única
questão.
Para acabar com a guerra, uma série de emendas constitucionais,
conhecidas como "A Lei da Vida", foram criadas.
Ela satisfez tanto o exército Pró-Vida como o Pró-Escolha. A Lei
da Vida declara que a vida humana não pode ser tocada desde o momento da concepção
até que a criança chegue à idade de 13 anos.
No entanto, entre os 13 e os 18 anos, a mãe ou o pai pode escolher
"abortar" retroativamente uma criança...
Com condição de que a vida da criança não tenha,
"tecnicamente", um fim. O processo pelo qual uma criança é ao mesmo
tempo eliminada e "mantida viva" é chamado de Fragmentação.
Agora a Fragmentação é uma prática comum e aceita pela sociedade.”.
Geralmente o que me chama atenção em um livro é a capa. Acho lindas as capas
elaboradas, com algum apelo que te faça querer ler aquele livro. Foi o que
aconteceu com esse livro. Achei bem misteriosa essa capa, com uma mão em
destaque, como que tentando pedir ajuda, tentando impedir que alguém
chegue perto.
A fragmentação é tida por muitos como algo bom, pois tudo tem de ser
reaproveitado. Para estes, a fragmentação não é a morte, mas a possibilidade de
viver em várias pessoas. Um jovem problemático, que não tem "muito a
oferecer no futuro", pode ser alguém que virá a salvar muitas vidas. Mãos,
pés, rins, dentes, cérebro, tudo vai poder reparar a deficiência de várias
pessoas que necessitam reparar uma parte ruim dos seus corpos. A lei obriga que
tudo seja aproveitado. Para isso, vários adolescentes são enviados aos campos
de colheita - assim são chamados os lugares que recebem os adolescentes para
dar prosseguimento às suas fragmentações.
A história é contada em terceira pessoa e tem vários pontos de vista.
Mas os principais elementos dessa história são três adolescentes de
descendências diferentes: Connor, um jovem rebelde; Risa, uma jovem criada em
uma casa estatal e Lev, um menino que teve toda sua criação voltada a lhe
preparar para a fragmentação, ele é um dízimo.
Os pais de Connor já não sabiam mais o que fazer com o menino, então
chegaram à decisão que o melhor seria fragmentá-lo. Após encontrar os papéis
que autorizavam a fragmentação, Connor resolve fugir. Risa é uma jovem criada
em uma casa estatal desde o momento em que nasceu, como redução de custos
resolvem fragmentar a garota, que obviamente não aceita isso e também aproveita
a oportunidade de fugir, enquanto é transferida para o campo de colheita.
Já Lev é um garoto especial, ao menos ele se considera assim. É o 10º filho de
uma família bastante religiosa, que entrega 10% de tudo o que consegue, ou
seja, ele é o dízimo dos filhos. Uma vez assinada a ordem de fragmentação, não
se pode voltar atrás.
"Só porque a lei diz, não significa que é verdade."
Em um momento de muita ação, a vida desses três jovens se cruza e então
tem início uma jornada repleta de surpresas, desafios, privações, entre tantas
coisas que não permitem que o livro fique na mesmice. Há muitos encontros e
desencontros, há nervos à flor da pele...Eles ainda têm de lidar com um jovem
que pode ser alguém muito perigoso, pois é alguém manipulador, que pode trazer
mais problemas do que os que eles já enfrentam.
Fragmentados foi, de longe, o livro mais diferente que já li. Nunca tinha lido
nenhuma distopia, achava que era algo muito viajado e etc., mas me surpreendi
com o estilo da leitura! Neal Shusterman conseguiu me prender do início ao fim,
com tanta coisa que acontece e te deixa louco de vontade de saber o que vai
acontecer. Fiquei muito aflita, torci
muito pelos jovens fragmentários, pois acho que ninguém tem o direito de
escolher quem deve ser fragmentado ou não. Achei que foi uma crítica muito
forte em relação à doação de órgãos, às praticas abusivas que rodeiam algo que
deveria ser tão útil para a sociedade. Compra e venda de órgãos, tráfico humano
com fins de retirá-los... Po isso que em muitos momentos ficava até difícil
separar o que era realidade e o que era ficção, pois dava pra fazer muitas
associações ao que acontece bem diante dos nossos olhos.
Eu empolguei um pouco aqui, mas precisava compartilhar isso com vocês! Com certeza indico muito esse livro para
quem gosta ou para quem nunca leu uma distopia e acha que não vai gostar.
Você vai ter várias reações, vai desejar que gente se dê mal, vai ter pena
quando isso acontecer, vai ser pego de surpresa...mas nada vai ficar a
desejar. Garanto que você vai amar esse livro, se permita ser surpreendido com
algo tão incrível, que é essa leitura!
(Texto de autoria de Amanda Pacífico).
Muito obrigada pela oportunidade, Isoti! Ficou lindo! Eu precisava dividir algo tão extraordinário com você! Parabéns pelo blog!!!
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