Top 3: Melhores Leituras da Vida

1. A Morte de Ivan Ilitch - Lev Tolstói

 
Eu li este livro aos 12 e aos 26 anos. Ambas as vezes eu não consegui dormir na noite seguinte a leitura e passei o dia abalada, refletindo sobre o que eu tinha lido. 

 O texto me balança e me faz refletir sobre como eu estou usando a minha vida? Estou sendo útil? Estou feliz? Se não, por que eu não enfrento meus medo e faço acontecer? Antes que eu morra e descubra que tive uma vida de Ivan Ilitch.

 Um crítico literário da década de 70 (Carpeaux) escreveu que esta é a obra "mais depressiva da literatura universal". Eu não concordo. Acredito que esta história impressiona o leitor, mas não com o objetivo de só deixá-lo depressivo. E sim com o objetivo que ele pare, pense e reveja como tem levado a vida. É um convite para mudança.

É uma obra bem curta. Cerca de umas 70 páginas. Tolstói se dedicou à religião e à espiritualidade por muitos anos. Este é um dos últimos textos dele. E, na minha opinião, sua obra prima.

2. A Leste do Éden - John Steinbeck

 John Steinbeck foi um escritor norte-americano ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. 

 Ele era da cidade de Salinas no Estado da Califórnia. Seus grandes romances, como As Vinhas da Ira e A Leste do Éden, se passam nessa região e retratam os dramas e a humanidade daquele povo com a maestria de um gênio.

 
A Leste do Éden tem caráter fortemente autobiográfico. John Steinbeck levou 15 anos para escrevê-lo e o próprio autor aparece na História. O romance retrata a rivalidade entre irmãos e os conflitos familiares. Ele se divide em duas partes. 

 A primeira parte é muito boa e virou um filme, chamado Corações Amargos. São dois irmãos que entram em conflito e um emigra para a Califórnia (Leste dos EUA).

 A segunda parte conta a história deste irmão e de seus dois filhos gêmeos. A mãe desses dois meninos chama-se Cathy e, na minha opinião, é a maior e melhor vilã da literatura. Em alguma parte do livro o autor escreve algo como "em todos os lugares do mundo em todos os tempos sempre nasceram crianças com alguma deficiência, sem algum membro. Às vezes, algumas que parecem normais, nasceram sem alma. Esse era o caso de Cathy.".  Só pelo fato da existência dela, a segunda parte supera a primeira em genialidade.

 Além disso, um dos personagens (um chinês que apesar de ter alto nível educacional, prefere trabalhar como mordomo) começa ler a Bíblia e se depara com a palavra hebraica Timshel, no mandamento "Não matarás!"

3. Crime e Castigo - Dostoiévski


Apesar de Dostoiévski ser o meu autor favorito, pelo conjunto da obra, confesso que fiquei dúvida entre A Montanha Mágica de Thomas Mann e Crime e Castigo. Este ganhou pelo seu valor emocional.

 Crime e Castigo foi o primeiro livro com mais de 500 páginas que eu li na vida. Ganhei ganhei (exatamente esta edição da foto) do meu pai quando tinha 17 anos. Lembro até hoje!

 A estória trata de um estudante pobre, chamado Raskólnikov, que mata uma velha usurária para roubá-la. A irmã da velha aparece na hora errada e ele a mata também, eliminando todas as testemunhas do crime.

 O romance gira em torno dos conflitos íntimos de Raskólnikov devido ao seu ato hediondo. Ele busca ajuda e apoio num amigo chamado Razumíkhin. Os diálogos e as diferenças entre eles podem gerar profundas reflexões. 

 Paralelamente, segue-se a investigação da polícia e Raskólnikov conhece e se apaixona pela prostituta Sônia. 

  Existem vários filmes sobre esta obra. Na minha opinião, o melhor é um soviético do diretor Led Led Kulidzhanov, preto e branco de 1970. As diferentes intensidades da luz no filme refletem as angústias internas de Raskólnikov. Mas mesmo o filme poderia ter explorado mais a relação do protagonista com Sônia. Por isso, assista o filme e leia Crime e Castigo!

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