Mulheres que Correm com os Lobos
Li este livro na versão digital. A psicóloga junguiana Clarissa Pinkola Estés interpreta diversas lendas de várias regiões do mundo conforme a teoria junguiana.
Clarissa tem uma história de vida muito interessante. Se eu me lembro bem ela tem origens hispânicas mas foi adotada por uma família judia originária do leste europeu que imigrou para os Estados Unidos. Então ela trabalha com lendas de todas essa regiões.
Todas as lendas tem como foco a mulher e suas várias representações do feminino. Principalmente o feminino forte, o feminino selvagem, que foi tão massacrado pela cultura dominante, pelos dogmas religiosos e pelo patriarcado.
Anos antes, eu fiz terapia com uma psicóloga junguiana que me recomendou este livro, mas confesso que nem me dei ao trabalho de procurá-lo. Eu me arrependi, pois se tivesse lido este livro antes, ele teria sido ainda mais proveitoso para mim. São histórias libertadoras.
A lenda que mais me cativou foi uma de origem esquimó, de um homem que pesca o esqueleto de uma mulher. Esse esqueleto ganha vida e sai correndo atrás dele. Por fim ele se cansa de correr. Os dois entram no seu iglu. Ele acende uma fogueira para aquecê-los. Ele adormece, confiando no esqueleto. O esqueleto come o coração dele (não tenho certeza dessa parte, posso estar esquecendo algumas peripécias que acontecem antes) e se torna uma linda mulher. O homem acorda e se apaixona e casa com ela. E eles fazem uma grande parceria, como ela veio do mar, ela ensina-o e o ajuda a pescar.
Nunca poderei explicar essa lenda com a clareza da autora. Por isso, leia o livro. Mas basicamente para mim, essa lenda representa o amor entre homem e mulher. Ela realmente me toca. Pois eu me identifico com a mulher esqueleto.
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