“Quer sujar-se? Suje-se gordo!” (Machado de Assis)

 
Ilustração de Elder Galvão

 Machado de Assis é considerado o maior nome da literatura brasileira tendo contribuído em todos os gêneros literários. O conto “Suje-se gordo!” faz parte de sua fase realista, este foi publicado originalmente em Relíquias de Casa Velha, no ano de 1906. A narrativa aborda sobre justiça e, peculiarmente, a trama se desenrola em um Tribunal do Júri. O narrador narra de um ponto de vista observador os diferentes julgamentos de dois réus acusados do mesmo crime, porém o julgamento dado a ambos é bastante diverso. Tão diverso a ponto de fazê-lo questionar-se sobre o próprio julgamento.

“Havia, entre outros documentos, uma carta de Lopes que fazia evidente o crime. Mas parece que nem todos leram com os mesmos olhos que eu.
(..)
A diferença da votação era tamanha que cheguei a duvidar comigo se teria acertado. Podia ser que não. Agora mesmo sinto uns repelões de consciência”

 O nome do conto trata-se de uma provocação direta ao leitor “Suje-se gordo!” revelada na seguinte passagem  

“ Vi que não era um ladrão reles, um ladrão de nada, sim de grande valor. O verbo é que definia duramente a ação. "Suje-se gordo!" Queria dizer que o homem não se devia levar a um ato daquela espécie sem a grossura da soma. A ninguém cabia sujar-se por quatro patacas. Quer sujar-se? Suje-se gordo!”

 A obra completa de Machado de Assis está em domínio público e pode ser baixada gratuitamente no portal Domínio Público.


Texto de Jaciara Cássia

Comentários

POSTS MAIS LIDOS

A Personalidade Neurótica de Nosso Tempo - Karen Horney

A SIMETRIA OCULTA DO AMOR - BERT HELLINGER

Psicologia Feminina: A Necessidade Neurótica de Amor

O Caminho dos Justos – Moshe Chaim Luzzatto

Éramos Seis, Irene Ravache, Moçambique e Angola

Daniela e os Invasores - Dinah Silveira de Queiroz

Diamante banhado em sangue, a história do Estrela do Sul

"Sei que muitas vezes eu mesmo fui um obstáculo no meu caminho, mas isso acabou"

Como acabei perdendo meu coração - Doris Lessing (Nobel de Literatura em 2007)