Estou lendo A Convidada de Simone de Beauvoir
Agora estou lendo A Convidada de Simone de Beauvoir, escritora francesa que já foi homenageada pelo Google.
A Convidada é o primeiro livro da autora, publicado em 1943. A estória se passa do final de 1938 ao final de 1939, ou seja, nos meses que precedem a Segunda Guerra.
A personagem principal, Françoise, de trinta anos, reflete muitos traços autobiográficos da autora, na época com a mesma idade. Aliás, característica de todas as obras de Simone de Beauvoir.
A escritora nasceu em Paris em 9 de janeiro de 1908 numa família de classe média alta. Estudante brilhante, formou-se em Filosofia em 1929, pela Sorbonne.
Na universidade conheceu Jean Paul Sartre, que veio a se tornar seu companheiro de toda a vida, embora jamais tenham morado juntos. Em uma livro de memórias, ela se refere ao seu encontro com Sartre como: "Foi a primeira vez em minha vida que me senti intelectualmente inferior a alguém."
Sartre foi o principal nome do existencialismo francês, e temas existencialistas já estão presentes na obra de Simone de Beauvoir desde A Convidada.
A Convidada é o segundo livro que eu leio da Simone. O primeiro foi A Mulher Desiludida. Do Sartre eu li O Muro. A semelhança de estilo dos dois livros me impressionou. Eu não saberia dizer quem foi o autor de qual livro se não fosse o nome impresso na capa.
No ano em que publicou A Convidada, Simone de Beauvoir decidiu parar de lecionar para dedicar mais tempo à escrita. O romance foi muito bem acolhido, embora suas personagens principais tenham sido taxadas de "imorais" por parte da crítica.
O filósofo Maurice Merleau-Ponty, num ensaio intitulado O Romance e a Metafísica, defendeu A Convidada, numa perspectiva existencialista, da acusação de "imoralidade" feita às personagens centrais (Françoise e Xavière), mostrando que há uma "verdadeira moral" para além da "moral" de que elas zombam.
A minha edição tem 488 páginas, estou na metade do livro (fim da primeira parte), por isso, talvez ele gere conteúdo para nossa próxima postagem.
Por enquanto, compartilho a fala de uma personagem secundária que chamou minha atenção:
- Acho horrível esta expressão: mulheres bem conservadas. Parece que ouço o homem do armazém quando quer vender lagosta em conserva: "É tão boa como a fresca."
Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre. |
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Devido ao feriado na sexta-feira. Nosso próximo post será no sábado. Até lá.
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